Amor
O amor é uma emoção agradável que dá acesso a um estado de tranquilidade e estabilidade emocional, permitindo o acesso a uma relação feliz e saudável entre duas pessoas. Se numa relação, que consideramos equilibrada, existir alguma ameaça, surge o ciúme como um mecanismo de defesa na protecção da relação, conservando a exclusividade da nossa relação com o outro.
Quando este receio de perdermos o que consideramos de bom e o ciúme nos assombra, persegue e cega, então o ciúme assume uma classificação patológica. A imaginação, a fantasia e o delírio passam a dominar o receio de perdermos o ser amado, e intensifica-se a necessidade de proteger a relação, tornando-se num amor obsessivo.
Amor ou Obsessão
Em algum momento da nossa vida é natural que já tenhamos adotado algum comportamento ligeiramente obsessivo em relação a alguém por quem nos sentíamos apaixonados. Quem nunca se questionou vezes e vezes sem conta: “Quando e que será que vai me ligar. O problema acontece quando o amor se torna patológico e os comportamentos desadequados surgem.
Obsessão
Ao contrário do que possamos pensar, não é assim tão pouco comum que as pessoas confundam o amor patológico e obsessivo, com o amor saudável. Vamos então esclarecer algumas das principais características do amor obsessivo:
No amor obsessivo os sentimentos tornam-se extremos, expandindo-se a ponto de se tornarem obsessões.
Dão para receber algo em troca – a dependência amorosa é condiciona e nada altruísta;
Sentem-se muitas vezes consumidas – o desejo de ver o objecto amado e a questão do desespero caso não o veja, leva os dependentes a consumirem-se psiquicamente;
Tentam alterar a personalidade do parceiro – o que envolve tentativas bruscas e sucessivas em mudar o comportamento do parceiro ou de observá-lo minuciosamente em busca de defeitos;
Procuram soluções externas – negam infantilmente a sua dependência amorosa e esperam que as coisas mudem ou acabem como que por magia;
Exigem e esperam receber amor incondicional – este amor incondicional que é característico na infância por parte dos pais, não o é na idade adulta por parte dos parceiros;
Receiam o abandono – sentimentos negativos e nefastos assolam o dependente, mesmo que a separação seja rotineira, como a ida para o emprego ou uma saída com os amigos.
Fonte:
Tiago Lopes Lino – A patologia do amor – da paixão à psicopatologia Lisboa, 2009.