Há uma carta da classe médica que circula por aí. Nela, os médicos dizem estar cansados de palmadinhas nas costas, enquanto vão sendo dizimados pela Covid-19. Eles dizem que lhes falta todo o tipo de equipamento de protecção até o do trabalho, mas os governantes só sabem dizer “estamos convosco”!
Ademais: dizem que os dados sobre a Covid-19 apresentados diariamente pelo Ministério da Saúde não reflectem a verdade, arriscando a dizer que “todos temos Covid-19 até que se prove o contrário”.
Entendem eles que da maneira que as coisas estão, tem que se fechar o País. Fora isto, não há solução à vista. É um verdadeiro drama. E mesmo os que têm os bolsos cheios não conseguem escapar. Ou seja, para estes tempos, ter dinheiro não resolve o problema. Chega-se a dizer que nos hospitais privados, só para dar entrada, o doente com Covid-19 tem que depositar 500 a dois milhões de meticais. É um negócio chorudo às custas da desgraça colectiva!
Citam até nomes de alguns médicos que morreram vítimas de Covid-19, contraída no trabalho. São os casos de um tal de Dr. Fulgêncio, um Anestesista ou Dr. Bomba. Os internados são Dr. Langa, um Ortopedista, ou Dr. Prassad.
Bom: a ser verdade tudo isto, é um verdadeiro drama. Não nos esqueçamos que apesar do juramento que fizeram, os médicos também são humanos. Têm família por cuidar e tantas outras responsabilidades como qualquer um de nós. E tudo isto levanta aquela velha mas oportuna pergunta: afinal em que é que foi gasto o dinheiro doado para o combate da Covid-19? O Governo levou para onde? Tem como provar se foi utilizado em coisas úteis? Queremos essa prova!
Por outro lado, nós estamos com a classe médica, mas fechar o País seria complicado. Este País não tem musculatura para isso. É empobrecido e todos nós sabemos por quem. E não admiraríamos se o Presidente da República e os seus mais directos camaradas tivessem em suas casas botijas de oxigénio, ventiladores e todo o equipamento necessário para o caso de qualquer eventualidade.
A única coisa que podemos fazer é reiteramos para que todo mundo siga isso- é observar todas as medidas de prevenção emanadas pelas autoridades. Vale isto do que ir parar ao hospital com a certeza de que não sairá vivo. Estes tempos são difíceis. Vamos ficar em casa se nada urgente e necessário tivermos que fazer fora. Ao sairmos, não custa usar máscara, observar o distanciamento e higienizar, quantas vezes forem necessárias, as mãos. Vamos nos proteger pessoal. Vamos redobrar as nossas medidas de prevenção!
Fonte: Justiça Nacional
